Independência do Brasil é tema de projeto que reúne 100 estudantes de escolas públicas em acampamento educativo até 23 de julho
Adolescentes das redes municipais de Ribeirão Preto e Serrana participam de projeto que levará 120 alunos e professores de diferentes regiões do País para intercâmbio em Portugal
Cem adolescentes de escolas da rede municipal de Ribeirão Preto e Serrana terão um programa de férias diferente este ano. Eles participarão entre os dias 17 e 23 de julho do ‘Campus de Arte-Educação’, uma das etapas do projeto “Era Uma Vez…Brasil”, que também acontece nas duas cidades e está na sua sétima edição.
A iniciativa levará, no mês de novembro, 120 estudantes e professores brasileiros para um intercâmbio cultural de 10 dias em Portugal. O projeto reconta a História do Brasil, trabalhando em sala de aula narrativas não mostradas pelos livros didáticos tradicionais e exaltando a importância dos povos originários na construção histórica do país.
Durante sete dias de acampamento, que será realizado no CEMEI Virgílio Salata, na Rua Japurá, 965, Ribeirão Preto, os alunos participarão de oficinas de audiovisual, nas áreas de interpretação, roteiro, som e fotografia, além de vivências afro-brasileiras, um encontro com representantes do Centro Cultural Orùnmilá e também com a Cia de Teatro Quadro Negro.
Voltado para estudantes e professores de História do oitavo ano da rede pública de ensino, o “Era Uma Vez…Brasil” chega à sua sétima edição em 2023 trabalhando o recorte temático “Mais do que o Ipiranga: as independências de outros Brasis”. A iniciativa desenvolve atividades de arte-educação durante todo o ano letivo das escolas municipais, impactando alunos e professores.
“Acabamos de completar 200 anos de independência e, motivados também por isso, queremos sair da imagem engessada que todos têm desse momento, de Dom Pedro I, homem heroico, que em cima de um cavalo branco levanta uma espada e proclama a independência. Buscaremos lançar luzes às pessoas e narrativas negligenciadas pela historiografia cristalizada sobre o tema. Destacar a história de mulheres e homens, negros e indígenas, que lutaram pela emancipação do Brasil nas mais variadas regiões do país, e que não tiveram o devido reconhecimento”, explica Mayara Santos, curadora do projeto, sobre a nova proposta pedagógica deste sétimo ano de “Era Uma Vez… Brasil”.
Em Ribeirão Preto e Serrana, o projeto conta com o patrocínio do Grupo Rodonaves, apoio das Secretarias de Educação dos Municípios dos dois municípios e apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.
FILMES E IMERSÃO
Segunda e uma das mais intensas etapas do projeto, o “Campus de arte-educação” tem como resultado dos sete dias de imersão a produção de curtas-metragens inspirados pela temática do projeto. Esses filmes são inteiramente roteirizados, produzidos, filmados e interpretados pelos cem alunos participantes. O material é resultado das oficinas de audiovisual e de todo o processo absorvido nesta e na etapa anterior do projeto, a “Fatos Históricos”, desenvolvida de março a junho.
A produção desses curtas-metragens e o desempenho individual de cada adolescente são decisivos para a seleção dos nomes que seguirão em novembro para a próxima etapa do projeto: a viagem para Portugal. O anúncio dos estudantes que irão para o intercâmbio acontecerá em agosto.
MAIS DE 4,4 MIL INSCRITOS NO BRASIL
Em Ribeirão Preto e Serrana, a iniciativa alcançou a marca de 826 alunos inscritos e mobilizou 31 professores de História de 23 escolas que também participam do projeto.
Em 2023, o projeto cresceu e chegou também ao Ceará. Com isso, passou a mobilizar, simultaneamente, as redes de ensino de quatro estados e 11 cidades brasileiras. Ao todo, foram mais de 4,4 mil estudantes inscritos em todo o país. Além de Ribeirão Preto, Serrana, Lençóis Paulista e Macatuba, em São Paulo, o “Era Uma Vez.. Brasil” acontece em Salvador, Mata de São João e Jacobina, na Bahia; Recife e Belo Jardim, em Pernambuco; e Santa Quitéria e Itatira, no Ceará. Em novembro, o projeto levará mais de 120 brasileiros, entre alunos e professores de escolas públicas, para a Europa.
“Nosso foco é valorizar a perspectiva dos povos indígenas e africanos na formação identitária histórica e cultural do Brasil, exaltando a ancestralidade, diversidade, pluralidade, multiplicidade e trabalhando conceitos importantíssimos como antirracismo, afrocentricidade, indigenismo e ecossocialismo em todas as etapas do projeto”, destaca Marici Vila, diretora executiva da Origem Produções, empresa idealizadora do “Era Uma Vez…Brasil”.
Em seis anos consecutivos de projeto, foram beneficiados mais de 13 mil adolescentes de 434 escolas públicas localizadas em 29 municípios nos estados da Bahia, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro.